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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Odiando Adjetivos


Odeio, odeio, odeio Leitura e Produção Textual.
Alguém do fundo da turma diria que odiar não é concreto. Nada é concreto pra turma do inferno. Nada! Nada!
Eles são como namorados dizendo que “eu te amo” não é suficiente, e completam com “eu quero uma prova desse amor”.
Ao entrar na sala vemos os carrascos sentados afiando os machados em suas bocas. Quem será o primeiro a ter sua cabeça decepada?
O professor diz “Acalmem-se! Todos serão decepados um dia!” enquanto seu sorriso diz: Que tal hoje?
E assim ocorre ao primeiro adjetivo lido. Os indicadores cumprem sua função apontando o culpado do crime imperdoável, o leproso dos adjetivos.
Caralho! Para que existem os adjetivos se não devemos usar tal artificio?
Todos os livros devem ser queimados e seu autores amarados à fogueira como Joanas d’Arc da causa: adjetivos e mais adjetivos.
Agora temos um prisioneiro, o juiz lê a sentença: Você abriu muitas janelas, é seu único direito se jogar por elas. Ele pisa, humilha enquanto os outros preparam as mãos sobre seus sabres de luz.
Eu, um ser cheio de adjetivos, escorrego pela cadeira, como um soldado que vai a guerra erguendo bandeiras que não são suas, ferindo e alvejando com os tiros da minha boca.
A razão pra que esses crimes continuem é que isto serve para o crescimento, a humilhação serve o crescimento. Criticar é bom!
(Bom não é concreto, é adjetivo. Adjetivos são relativos. O que é bom pra mim pode não ser pra você!)
Não, criticar não é bom, se fosse se chamava elogio.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Coração triste e oco


"Não me importo nem um pouco,
com o coração triste e oco,
Não espero mais,
nem choro a falta que à noite trás.”
Paradise Panthera

Como uma pia

Pouco à noite, pouco ao dia, durmo aos pingos, como a pia”
Paradise Panthera

Pãozinho no Forno


Uma dor que pesa no meio do peito me tomou. Talvez sejam os problemas teu texto não tá bom ou tu esqueceste aqueles papéis ou ainda aquele tio que ao falar contigo te faz parecer com uma pimenteira seca.
Dane-se o mundo! Parem as fornalhas, há mais um pão pra colocar no forno para servir ao vermelho encarnado.
 Essa vida é uma grande junção de babacas querendo o que é teu, invejando, te castrando como a um cachorro que deixa de cumprir sua função natural, pode ser atropelado na próxima esquina.
Eu só quero chorar! Chorar tanto quanto um bebê com fome, soluçar, gritar manhê!, chutar a parede e sentir essa dor sair.
Não gosto mais dessa tristeza.
Há um tempo eu gostava e me mantinha assim, como se houvesse um grande abismo e só restasse pular, vivia com a dor muito bem, obrigada!
Agora não, ela vem muito de vez em quando e  dilacera como tesoura afiada cortando tecido, os tecidos da minha carne, como costureira que sabe como trabalhar.
Dói e não deixa marcas.